sábado, 15 de agosto de 2009

Sempre...


Ela sempre esteve lá. Ontem quando fui dormir estava lá. Bem que senti um frio na espinha. Mas pensei que fossem cólicas. Hoje ao acordar achei que a tivesse visto, mas deixei pra lá por estar atrasada. Sempre. Quando a primavera começou ela já existia. Eu fingi não perceber. O natal chegou e ela ainda se fazia presente. A troca de presentes me fez desbaratinar. O balanço do mar tentou me avisar algumas vezes, mas tudo era tão lindo e passou tão rápido que pensei que fosse saudade. Quando a queima de fogos se iniciou pensei que tudo estava resolvido. Não estava. E hoje ela me assombra. Nos sonhos. No café da manhã. Quando meu estômago ronca. Quando o telefone toca. Quando escuto o “ô ou”. Quando o sol cai. E quando a chuva também. Quando ligo a TV. Quando leio meus e-mails. Quando faço ovos mexido com peito de peru e queijo. Quando assisto House. Principalmente. Quando penso no amanhã. E no hoje também. Quando sinto o que seria melhor. Quando ouço gritos. E grosserias. Quando penso em ser totalmente saudável e não comer ovos. Quando tomo coca zero. E até quando tomo banho. Queria me livrar dela. Por alguns minutos. Algumas horas. Dias. Para a vida toda. Mas você não deixa.