terça-feira, 10 de julho de 2012

Algumas coisas que aprendi com Alice...

Você precisa saber para que direção está indo mesmo que não saiba o próprio nome;

Para chegar aonde se quer é preciso caminhar bastante;

Considere todas as possibilidades, mas não chore;

Nada se é conquistado com lágrimas;

Aproveite bem os momentos, o eterno pode durar apenas um segundo;

Se eu tivesse um mundo só meu nada teria sentido, nada seria o que é pois tudo seria o que não é;

As melhores pessoas são as loucas;

Nuca se sabe ao certo o que as pessoas serão de um minuto para o outro;

A cada dia que passa você é uma pessoa diferente;

Os melhores presentes são os de desaniversário;

Apreciar o que se tem não é a mesma coisa de ter o que se aprecia;

Tudo o que parece ser curioso vale a pena dar uma espiada;

Comece pelo começo e, prossiga até chegar ao fim, então pare;

Quando não conseguir se lembrar de algo ande para frente;

Nem sempre as coisas estão explícitas, às vezes você precisa enxergar além do que está vendo;

Os contos de fadas podem virar realidade e você pode se encontrar em meio a um deles;

Se cada um cuidasse da própria vida, o mundo giraria bem mais depressa;

Nossas decisões não devem ser para agradar aos outros;

Gaste seu tempo com coisas melhores do que adivinhações que não tem resposta;

Fale do tempo com respeito;

Cuide dos sentidos que os sons cuidarão de si;

Não é bom pertencer ao sonho de outra pessoa;

Perca a razão algumas vezes;

A única forma de chegar ao impossível é acreditar que é possível;

Quanto mais de cabeça para baixo se está, mais coisas você pode inventar;

Tudo tem uma moral se você conseguir simplesmente notar;

O maior enigma da vida é quem você é;

Não existe maneira melhor de se explicar uma coisa que não seja fazendo-a;

Pessoas que aparecem e desaparecem de repente me deixam com vertigem;

O amor faz o mundo girar;

Quando tiver dúvida, fique em silêncio;

Cada saída leva a um lugar diferente;

Qualquer caminho serve quando você não sabe onde quer ir;

Pense em 6 coisas impossíveis antes de tomar café da manhã;

Se você sonhar com algo mais de uma vez, com certeza vai se tornar realidade;

Certo ou errado o caminho que escolheu é seu;

Posso explicar uma porção de coisas, mas não posso explicar a mim mesma;

Isso não é nada perto do que eu poderia dizer, se quisesse.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Eu tive um sonho...



 Não faça isso! - Suplicou Alice.
- Me dê um motivo para não fazer!
- Não tenho motivos para você não fazer, pois nem sei quem você é!
- Não sabe mesmo?
- Claro que não! Como posso saber quem é, ou o que é algo que não posso ver!
- Você não sente o meu cheiro? Não me reconhece por ele?
- Só sinto um cheiro ardido, que faz marejar meus olhos.
- E ainda assim você diz que não sabe quem eu sou?!
- Não sei e não entendo o motivo de correr atrás de mim! O que você quer?
- O que eu quero?
- É! Porque corre atrás de mim?
- Menina, você está me irritando mais do que quando esteve naquele lugar idiota!
- Lugar? Que lugar?
- Alice, sua menina petulante! Está tirando sarro de mim com essas suas perguntas incessantes. O que pensa menina? Que pode questionar tudo nessa vida? Tem que aceitar certas coisas calada.
- Aceitar? O que?
- É menina. Você acha que tudo pode ser respondido, mas não pode e não deve. Você precisa começar a entender isso!
- Olha, não seu quem você é nem o que quer, mas se veio por isso pode voltar para o lugar que você chama de "idiota"!
- Menina atrevida!
Nesse momento começou a surgir uma fumaça negra bem na frente de Alice que começou tomar a forma de uma pessoa, a nuvem estava com o braço esticado e, apontava na direção da menina.
- O que é isso? Saia daqui!
Alice batia as mãos contra a fumaça, mas de nada adiantava, pois ela voltava a tomar forma.
- Me dê isso agora! Você vai ver como é bom não ter coração. Vai pairar no meio do nada. Vai passar noites em claro pedindo para que as lembranças voltem. Vai se sentir vazia, assim como eu me sinto. Vai passar o que eu passei durante todo esse tempo. E o seu coração vai bater no meu corpo de hoje em diante!
- Mas eu nada tenho a ver com isso! Não pode se vingar de mim por algo que eu não fiz!
- Não quero saber! Pare de tentar me persuadir. Você sempre faz isso. Tenta mudar como as pessoas pensam!
-Mas eu não faço por mal. Só tento mostrar para elas que em toda situação existem dois lados!
- Sempre isso. Pelo que sei depois que “aquilo” a dominou você enxerga tudo de três formas.
- Não quando eu estou certa. Aí só existe mais uma forma de ver as cosas, a da outra pessoa. Mas nem sempre as pessoas entendem isso. É difícil ser gente. Você nem sabe quanto! E as pessoas são tão difíceis.
- Ah menina, pare de falar!
- Não! Pare! Não quero meu coração batendo no corpo de outra pessoa. Isso não é justo!
- Quem disse que o mundo é justo? Você vive aí em SEU mundo, pensando que todas as coisas deveriam ser perfeitas, mas não são!
- Eu sei que não. Mas não custa nada tentar!
- Venha cá.
Aquela nuvem de fumaça agarrou Alice pela gola do vestido e com a outra mão, feita de névoa, rasgou o tecido bem no meio, deixando sua pele nua. Colocou a mão na direção do coração da menina. Alice começou a sentir uma dor horrível.
- Pare! Está doendo muito!
O coração de Alice começou a tomar forma fora de seu corpo, nas mãos do ser.
- Pare! Por favor.
Alice começou a escorregar na mão da nuvem e caiu no chão.
Seu coração sumiu da mão daquele ser sombrio.
Alice, que apesar de se sentir fraca, saiu correndo.
O ser ficou muito bravo e mais do que rápido foi atrás da menina.
Seus pensamentos voavam na mesma velocidade de seus pés. Alice corria e olhava para trás como quem fugia de alguma coisa. Não era como quando aquele pequeno animal de orelhas compridas ficava passando por ela e gritando que ia chegar atrasado. Mas não havia nada à sua frente. Nada além de uma forte neblina que sumia quando ela passava. Mesmo assim seus olhos estavam esbugalhados e sua feição era de quem havia visto o mais terrível monstro.
Sua face estava pálida e seus lábios sem cor. Alice balançava a cabeça como se não quisesse ver o que estava à suas costas.
Foi quando ela tropeçou em uma pedra e caiu, com os braços esticados para frente.
Alice virou o tronco para cima e, mas do que rapidamente juntou os dedos em formato de concha, colocando as mãos na frente dos olhos para não ver o que estava vindo em sua direção.
A menina levantou o tronco, dando um forte impulso e soltou um berro.
- “Pare de vir atrás de mim!”
Alice arrancou a máscara que estavam sobre seus olhos verdes e arfou como quem tivesse corrido uma maratona. 
Ela olhava de um lado para o outro procurando respostas para aquilo. Tudo não havia passado de um pesadelo.
- Graças a Deus! – disse a menina, passando as mãos pelo rosto.
- Que pesadelo terrível! Nossa e era tão real!
Alice desceu da cama tocando os pés no chão. Ventava frio e a menina sentiu um arrepio.
Cruzou os braços e passou as mãos neles como se quisesse esquentá-los.
Deixou a borda da coberta cair no chão e andou até a janela.
Subiu o vidro e abriu a persiana deixando entrar luz em seu quarto.
Era dia de seu Santo e ala havia esquecido de rezar.
Foi até a sala e pegou a garrafa de líquido âmbar e colocou dois dedos em um pequeno copo.
Em um gole colocou para dentro o que a faria parar de pensar em tudo aquilo por algum tempo.
Queria gritar, mas não podia. Sabia o que aquilo tudo representava.
Lembrou que era junho, quase julho.
Então ela se calou e, preparou-se para dormir novamente.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Momentos

Momentos são o paraíso na terra.

Quem disser ao contrário está mentindo!

Existem momentos que você quer levar consigo para sempre.

Para lembrar na hora que dá um nó na garganta

Ou quando você pensa em desistir.

Momentos que noz fazem sorrir...

Mesmo depois de muito tempo que aconteceram.

Algumas dessas lembranças ficam marcadas...

Não só na nossa mente...

Mas na nossa alma.

Como se sempre estivessem lá.

Essas recordações nos elevam.

Nos fazem sentir mais próximo de realizar um sonho.

De alcançar um objetivo.

Nos tornam mais humanos.

Existem momentos...

Que nem parecem ter sido reais de tão bons.

Chegamos a nos perguntar se aconteceram de verdade.

Nos questionamos...

Se somos merecedores deles.

Alguns a gente sequer tira da cabeça.

Às vezes nos deparamos com algum momento e, ele paira.

E dura.

Muito mais que um momento.

E o som pára.

O movimento pára.

Por muito.

Muito mais que um momento.

E daí esse momento passa.

Nos deixando com a vontade de que o tempo volte.

Há quem faça planos para certos momentos.

Há também quem deixe o inesperado acontecer.

Mas não importa como você o planejou.

Não importa como o imaginou.

Mesmo sem saber...

O destino dá um jeito de mudar tudo.

São nesses momentos...

Que a vida prega uma peça na gente.

Há aqueles momentos que desejamos que durassem uma eternidade.

Mas nunca sabemos como eles vão acabar.

Momentos que começam de uma maneira normal...

E acabam nos surpreendendo.

Há momentos que o tempo congela...

E outros que o ponteiro gira tão rápido...

Que nem sentimos passar.

Mas a verdade...

É que alguns momentos nos marcam de tal forma...

Que deixamos de ser os mesmos quando eles acabam.

E ainda existem aqueles momentos...

Que a única alternativa é perder o controle.

Mas uma coisa é certa...

Você nunca sabe quando o próximo momento que vai marcar a sua vida vai acontecer.

A próxima memória...

o próximo sorriso

O próximo desejo tornado realidade...

O próximo momento...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Back To Black

- Por que fez isso?
Ralhou Alice para a Sombra que batia o pé direito no chão irritadamente, os braços cruzados à frente do tronco denunciavam a reprovação para com aquelas palavras.
- Não lhe pedi ajuda alguma!
A Sombra virou-se dando as costas a ela.
- Tudo bem vai! Sei que você me poupou de sentir dores horríveis, mas nenhuma dor do mundo pode ser mais forte do que essa que estou sentindo agora.
A Sombra virou o rosto um pouco para a diagonal, como se quisesse olhar para a menina que estava sentada em cima de uma pedra.
- Olhe para mim quando eu falar!
Alice levantou e puxou a Sombra pelo ombro para que ela virasse.
- Ai! Minha mão!
A Sombra virou rapidamente para Alice com os olhos arregalados de preocupação. Nada falou.
- Eu posso te tocar? Mas o que aconteceu na verdade? Eu só mastiguei aquelas pétalas que você deixou em cima do criado-mudo quando foi embora! Elas tinham um cheiro doce e eu salivava muito, algo pedia para que eu fizesse aquilo. Essa minha mania de tomar e comer coisas que deixam espalhadas por aí! E quando vejo, estou esticando, diminuindo! Quando eu acordei pensei que...
- Bom, pelo jeito você não quer falar não é mesmo? Só ouvir. Então está bem! Vamos começar!
- Não achei que tinha virado um pássaro. Quando acordei senti uma vontade imensa de voar. Só isso! E você sabe bem que eu nunca tocaria no pó mágico. Sei o que isso me custaria. Além do mais, prefiro manter uma longa distância daquela nanica mal-amada que morre de ciúmes de mim!
- Eu comi as pétalas da rosa negra porque elas pediram isso... Não queria mais sentir meu coração bater. Não dessa maneira descompassada. Não me importo em ser como você. Pelo menos aqui aquele Coelho Branco não pode vir atrás de mim. Aquela Rainha Louca manda cortar a cabeça de todos, menos dele! Uma vez até eu quase fui vítima dela. Quase! Consegui me sair dessa por pouco! Acordei antes que aquelas cartas me decapitassem! Imagina... Minha linda cabecinha! Eu não ficaria bem sem ela, não acha? Além do mais, onde iria guardar tantos pensamentos sem ela? E...
Alice levantou os olhos parando na direção daquele espectro que estava na sua frente. Enquanto falava gesticulava e balançava a cabeça incessantemente, virando para um lado e para o outro como se falasse para uma multidão. A Sombra fazia uma cara de quem estava realmente brava com todos aqueles devaneios da menina.
Alice voltou mais que rapidamente a se explicar.
- Como lhe dizia não me importo em ser como você se não tiver que viver mais com aquelas pessoas. Naquele lugar nada faz sentido. Não acredito no que elas falam. Não gosto do que elas fazem. Como se portam. Quando nos conhecemos as coisas eram diferentes. Eu vivia bem no meu País e você em sua Terra. Não fui eu que te joguei no abismo, você me atirou no meio de todo aquele lodo e pulou em seguida. Eu não conseguia sair de lá. Até tentei voltar para a sua Terra, mas você não fez nada. Afastou-me de você. Me jogou nas garras daquele Crocodilo. E para piorar tudo ele fazia tic-tac. Como se já não bastasse o Coelho com aquele relógio insuportável! Foram meses horríveis, tristes, escuros. Ele conseguiu me levar para aquele pântano e ,eu achava que não podia mais sair de lá. Foi tudo culpa sua. Quando você não fez nada, você acabou me jogando para aquele réptil tenebroso. Argh! Alice piscou e balançou a cabeça em um movimento rápido de quem estava com nojo.
- A omissão também é um crime sabia?
A Sombra olhava para Alice. A menina não conseguia perceber se aquela projeção de gente estava entendendo o que ela estava querendo dizer.
- No começo eu não conseguia entender o que estava acontecendo. Me confundi algumas vezes. Queria voar alto, mas você deixou ele se alimentar da minha alma. A diferença era de um mês e um nome.
Alice voltou a sentar na pedra. Estava cansada. Havia falado sem parar. As lágrimas rolavam por sua face branca. Seus olhos estavam acinzentados.
- Eu nunca quebraria aquele espelho podendo atravessá-lo.
Alice passou a mão pelo rosto para enxugar o pranto que escorria, mas não sentiu sua pele.
- O que está acontecendo comigo?
A transformação começara a acontecer. Alice estava virando Sombra.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Eu volto...

Alice virou-se estendendo a mão para alcançar o celular. A máscara, ainda sobre seus olhos a cegava, impedindo-a de enxergar onde estava o objeto que emitia um som insuportável. Desligou o aparelho ainda sem ver qual era a tecla correta que tinha que apertar.  Puxou o tapa-olho. A luz que vinha da janela incomodou seus olhos verdes. “Maldita fotofobia”. Colocou o polegar entre seus seios nus. Nenhum batimento. Estendeu o braço e juntando o indicador com o dedo médio pressionou o pulso. Nada sentiu. Fechou os olhos só por alguns segundos para conferir se conseguia escutar o arfar de sua respiração. Nenhum barulho. Seu plano havia dado certo. Virou apenas para a esquerda, fazendo seus pés frios que estavam na mesma temperatura do porcelanato tocar o chão. Levantou o tronco e foi em direção a prateleira de mármore que ficava na frente da sua cama. Passou a mão pelos bibelôs que ficavam lá parados, velando seu sono. Parou o dedo em sua mais nova aquisição. Contornou os lábios de uma das pequenas estatuetas, que a olhavam timidamente, com a ponta do indicador. Tirou-a cuidadosamente do lugar para não esbarrar nas demais. Sem mirar, a arremessou pela janela. Do sétimo andar ouviu o estilhaçar da porcelana no solo. Fez o mesmo com as outras. Cada vez com mais força. Quando chegou a hora da última se chocar com o chão, deu um impulso o mais longe que pode com o braço, mas não arremessou. Com passos curtos e lentos se aproximou da janela escancarada. Posicionou sua mão direita, que guardava a estaueta, em cima de seu seio esquerdo. O vento balançava as cortinas estufando-as. Sentou no parapeito. Os dedos longos espremiam o boneco com tanta força que pode sentir a cerâmica partindo no meio da palma de sua mão. Logo suas unhas pintadas de branco se misturam ao vermelho de seu sangue. Olhou para trás. Fechou os olhos o mais forte que pode. Disse algo baixo, quase sussurrando e, saltou para o nada.