terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Lá Parte IV


Em algum lugar além do arco-íris
Bem lá no alto
E os sonhos que você sonhou
Uma vez em um conto de ninar
Em algum lugar além do arco-íris
Pássaros azuis voam
E os sonhos que você sonhou
Sonhos realmente se tornam realidade
Algum dia eu vou desejar a uma estrela
Acordar onde as nuvens estão muito atrás de mim
Onde problemas derretem como balas de limão
Bem acima dos topos das chaminés é onde você me encontrará,
Em algum lugar além do arco-íris pássaros azuis voam
E o sonho que você desafiar, porque eu não posso?
Bem, eu vejo árvores verdes e
Rosas vermelhas também
Eu as vejo florescer pra mim e pra você
E eu penso comigo mesmo
Que mundo maravilhoso
Bem eu vejo céus azuis e eu vejo nuvens brancas
E o brilho do dia
Eu gosto do escuro e eu penso comigo
Que mundo maravilhoso
As cores do arco-íris tão bonitas no céu
Também estão no rosto das pessoas que passam
Eu vejo amigos apertando as mãos
Dizendo, "como você está?"
Eles estão realmente dizendo eu... eu te amo!
Eu ouço bebês chorando e vejo eles crescerem,
Eles aprenderão muito mais
Do que nós sabemos
E eu penso comigo mesmo
Que mundo maravilhoso.
Algum dia eu vou desejar a uma estrela
Acordar onde as nuvens estão muito atrás de mim
Onde problemas derretem como balas de limão
Bem acima dos topos das chaminés é onde você me encontrará,
Em algum lugar além do arco-íris pássaros azuis voam
E o sonho que você desafiar, por que, porque eu não posso?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Agradecimentos!


Eu sou tão medíocre que você ainda entra no meu blog para ler as merdas que eu escrevo. Então, quem será que é medíocre aqui? O que me dá mais prazer, é saber que uma pessoa como você tem inveja de mim por não ser absolutamante nada!
Ah, e obrigada por aumentar as estatísticas do meu blog, cada vez que você acessa minha página aumenta minha popularidade!
Bjuss e até a próxima postagem!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tequila e Piña Colada

E depois de uma noite regada à tequila e piña colada Alice acordou. Um pouco tarde como de costume, mas ainda em tempo de tirar aquilo que crescia dentro dela. Decidiu após um sonho arrancar de dentro dela tudo. Mesmo que aquilo custasse uma vida. Ela nem sentiu dor. Adormeceu. E quando acordou novamente o relógio não parecia ter andado. Não deixaria aquilo durar mais nove meses. Quando saiu daquele quarto escuro, tudo parecia mais colorido. Como ela gostava. Então decidiu andar sobre a areia fofa e deixar o vento bater em seu rosto. Sentiu o gosto da água salgada nos lábios. Viu paisagens que nem em sonhos havia imaginado existir. Esteve com pessoas que valiam à pena. Aproveitou cada segundo. Cantou. Pulou. Dançou. Fez amor no chão. Foi acordada por uma voz calma e serena. Não aos berros como a Rainha de Copas costumava fazer. Nem precisou correr atrás do coelho branco para lhe lembrar que era sábado. Dia de ficar com as pessoas que se gosta. Só esperou deitada na rede sentindo um frio gostoso e ouvindo música latina. Era dia dela. E nem precisou ir à igreja para vestir sua armadura. O fez ali mesmo, olhando para o mar que trouxe sua felicidade novamente. E entendeu que o egoísmo não tem cura. Juntou suas mãos e agradeceu. Pediu. Orou. Por tudo o que já havia passado e pelo que viria. Por ter acabado com uma vida que nem havia começado. Por estar viva. Percebeu que bênçãos são bênçãos para quem as deseja. Maldições são maldições para quem as roga.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Um homem precisa viajar...



"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.

Amyr Klink

domingo, 3 de outubro de 2010

Alice...


Alice nasceu no ano do dia internacional do beijo, que foi marcado pela guerra de um país azul e branco, que ela tanto sonha em visitar. No fim do mês das noivas. Em um dia par. Regida pela dualidade de um signo que tem estampado em sua pele. Veio ao mundo com dificuldade. Precisou de ajuda. Uma vez para nunca mais. Quando pequena gostava de prender os cabelos, todos os dias com um penteado diferente. O azul era sua cor e seus dias ficavam mais vivos com sua presença. Olhos grandes e arredondados. Tímidos confesso, mas encantadores. Sua pele branca combina com suas madeixas grossas aloiradas. Sua fascinação por aventuras lhe rendeu algumas cicatrizes, que a fazem lembrar de uma época em que não se pensava em acordar cedo e bater cartão. Foi criada sozinha. Não solitária, mas por ela mesma. Aprendeu a fazer amigos e a dançar como Ana Botafogo. Algumas vezes arriscou colocar as mãos por entre a lama para expressar seus sentimentos. Mais tarde entendeu que não há melhor maneira de fazê-lo senão com uma caneta e um papel. Cresceu. Em alguns anos desabrochou uma mulher-menina. Os cabelos mais claros e a pose de bailarina sempre ereta lhe davam mais segurança. Ah, Como poderia deixar de falar de seu sorriso. Sorria não somente com os lábios, mas com a alma e os olhos. Escancarava deixando mostrar seus dentes brancos e pequenos. Um dia ouviu de alguém que já não importa, que se seus olhos não brilhassem ao sorrir, este não era verdadeiro. Desde então seus olhos parecem dois faróis quando estica os lábios. E não é somente seu sorriso que é perceptível. Sua risada pode se fazer ouvir a metros de distância. Gosta do que ela é agora. Da pessoa que se transformou. Ela sabe o quanto foi difícil, mas mesmo assim o fez. Poucas pessoas passaram por transformações tão grandes em tão pouco tempo. Chorou algumas vezes quando viu seu anjo partir. Mas isso foi há muito tempo. Tempo esse em que a música fazia sentido. Deixou câncer a dominar e então consegue ver tudo por três lados. Não lamenta. Agradece. Todos os dias. Mas em alguns dias frios ela chora. Nos de sol acontece às vezes. Mas chora onde as lágrimas possam se misturar à água e rolar cano abaixo.
As unhas sempre vermelhas como se pudessem agarrar o mundo e não deixar o tempo escorrer por entre seus dedos. E ele passa tão rápido que nem o coelho consegue o alcançar mais. E tudo isso é muito estranho para ela que agora até usa relógio, para ver se ele a obedece. Mas ele não dá ouvidos aos seus pedidos e chamados urgentes. Então Alice procura aproveitá-lo da melhor maneira sempre quando pode. Vive. Como se cada dia fosse o último. Não sabe se será, então faz o seu melhor. Para deixar no mundo um pouquinho de sua doçura. Parte de seus pensamentos. Muitos de seus sorrisos e suas gargalhadas. Pois a única coisa que importa para ela é ser feliz!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Lá parte III

- Mãe, continua a história?
- Só até um de vocês dormir.
- Tá bom!
- Ebaaaaa!
- Se querem ouvir, os dois deitados e cobertos.
- Enzo coloca a meia, vai!
- Rico, deita para eu te cobrir.
- Onde foi que eu parei mesmo?
- Ele ia levar a moça do cabelo de trigo naquele lugar mãããe!
- Isso mesmo mãe! Você não lembra?!
- Lembro filho. É que vocês dois me deixam maluquinha!
- Bom, a Moça dos cabelos de trigo aceitou o convite para ver os dois mares. O criado pela natureza e os olhos do Moço que cura. Ele tinha os olhos iguais aos de vocês.
- A noite caiu e ela estava mais bonita do que nunca. As unhas vermelho escarlate contrastavam com sua pele branca. Usava um vestido verde quase da cor de seus olhos e eles pareciam brilhar mais ainda.
- O Moço que cura chegou no horário. Ela se atrasou um pouquinho. Ele não ligou muito. Até disse a ela que valera cada minuto.
- Mãe, é como nas histórias de conto de fadas. Ele não veio em um cavalo branco, mas tava de branco. Que nem o papai!
- Isso filho.
- Eles conversaram a noite toda como se já se conhecessem há tempos. Deram boas risadas, brincaram e depois caminharam lado a lado na beira do mar, apesar do frio. Ele percebeu que ela sentia a friagem e segurou em seus braços. Foi assim que eles deram seu primeiro beijo.
- Rapidamente o Moço que cura curou o coração da Moça dos cabelos de trigo. A cada dia ficavam mais juntos. Diferente dela e do Moço do coração de pedra. E quanto mais ficavam juntos mais vontade tinham de se ver.
- E é isso!
- Mãe, a história acabou?
- Não filho, ela ainda está acontecendo. E é por isso que eu tenho que parar por aqui. Porque não sei o que vai acontecer amanhã.
- Mãe, e o Moço do coração de pedra?
- Ah filho, ela nunca mais quis saber dele. O excluiu da vida dela, totalmente. Guardou tudo o que a fazia lembrar ele em uma caixinha preta e enterrou naquele lugar. Embaixo da árvore mais bonita com a esperança que ela florescesse e com as flores voltasse a dar vida àquele coração de pedra. Rezou para que um dia ele fosse feliz como ela era e que conseguisse ver os erros que cometeu. Para que se tornasse uma pessoa melhor e alegre.
- Ela nunca mais o viu?
- Não, Nunca! Mas um dia ela me contou que teve um sonho. Assim como tudo na vida dela, ela via as coisas nos sonhos. E no sonho ela o encontrava. Ele ainda era infeliz.
- Mãe, se ela sonhava com as coisas, porque ela não via as mentiras?
- Ela viu filho e foi por isso que acordou e foi embora. No sonho ela viu até os nomes. Ela sabia de tudo.
- Nossa mãe, esse Moço foi um bobo, né?!
- Foi sim filhote, mas o que importa é que a Moça dos cabelos de trigo é feliz como nunca foi.
- Ai mãe, que bom! Eu já gosto dela sem conhecer.
- É mesmo filho, por quê?
- Uma pessoa tão bonita, alegre e que traz tanta felicidade, não tem como não gostar.
- É filho, eu sempre gostei dela.
- Mãe, porque as pessoas fazem isso?
- Isso o que filho?
- Mentem, brigam, tratam as outras mal?
- Por que não tem amor no coração. São egoístas e só olham para si. Não sabem que quando você faz uma pessoa feliz você ganha felicidade em dobro.
- Mãe, eu te faço feliz?
- Mais que tudo! Desde o momento em que eu soube de você. Aliás, de vocês.
- Ouviu Rico, Nós fazemos a mamãe... Rico! Dessa vez foi você que dormiu!
- Eu tô escutando, só tô de olhos fechados. Pra descansar as pálpebras. Que foi? Verdade!
- Mãe, será que um dia eu posso conhecer essa sua amiga?
- Um dia eu a apresento para vocês, e vocês vão ver como ela é feliz com o Moço que cura.
- E eles voltaram para aquele lugar?
- Ainda não. No inverno eles vão ver a neve em um país que se fala enrolado.
- Ela já ia, ele decidiu ir com ela, só para não ficar longe de seu sorriso.
- Nossa mãe, que legal! E ela não vai ficar longe do mar!
- É filho, do mar!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Lá Parte II

- Enzo! Enrico! Vão escovar os dentes e já para a cama!
- Mas mãe!
- Nada de “mas”, eu to acabando de trocar a Alice e já vou cobrir vocês.
- Tá, mas a Tandy acabou!
- Não acabou nada filho, vá até o meu banheiro e pega a minha.
- Enzo, será que hoje a mãe conta de novo aquela história?
- Ah, Rico! Pede você, da última vez eu Dormi e ela ficou brava.
- Eu peço, mas não vale dormir no meio dessa vez.
- Pode deixar, eu nem tô com sono.
- Meninos! Já escovaram os dentes?
- Já sim mãe! E já deitamos, vem dar um beijo na gente!
- Boa noite pra vocês e tratem de dormir logo!
- Mããããããe!
- Fala Rico!
- Conta pra nós aquela história novamente? O Enzo promete que não vai dormir dessa vez.
- Ah, é? E se ele dormir eu posso acordar ele com um balde de água fria?
- Pode mãe! Eba! O Enzo vai tomar banho de água friaaaaa!
- É, mas como você que me pediu Rico, o finalzinho é seu!
- Ah, mãe! Assim não vale!
- Tá bom, eu vou contar, prestem atenção!
- Há algum tempo eu conheci uma garota. Sua pele era clara como o amanhecer e macia como algodão. As unhas sempre bem feitas pintadas de vermelho escarlate. Vocês já viram um campo de trigo?
- Não mãe, você já viu Enzo?
- Não que eu me lembre Rico.
- Então, imaginem um lugar todo dourado, onde o vento bate e os maços se movem de um lado para o outro. É lindo! E assim eram os cabelos dela. Dourados como um campo de trigo. Às vezes liso outras vezes ondulados. Variava conforme acordava, apesar de sempre ter bom humor.
Seus olhos pareciam duas esmeraldas. Tinha uma beleza que não parecia real. Era alegre e cativante. A personalidade forte e a sinceridade eram seus traços marcantes. As pessoas que se aproximavam dela não conseguiam ir embora rapidamente. Difícil falar dela sem a conhecer realmente. Ela é um daqueles casos que se você não conhece não tem uma idéia real do que ela é.
- Mãe, você conhece ela?
- Conheço sim. Não ouviu no início da história?
- Ouvi, mas ela é de verdade mesmo?
- É sim Enzo.
- Duvido que ela seja mais bonita que você!
- É mãe, outro dia no posto de gasolina eu ouvi o que aquele moço disse!
- É mesmo filho? E o que foi que ele falou?
- Que a senhora era tão bonita que até assustava!
- Eu também ouvi mãe e falei para o papai, quando nós voltamos lá ele fez cara feia para o moço e eu também!
- Ai meninos, vocês são impossíveis! E Deus me deu em dobro! Dois de uma vez!
- Conta mãe! Continua, vai que o Enzo dorme e eu vou ficar todo molhado.
- Tá. Então, ela era a alegria em pessoa. Seu sorriso iluminava os lugares em que passava. Um dia ela conheceu um moço. A princípio parecia divertido e gostar das mesmas coisas que ela. Algumas vezes a deixou triste e a fez desconfiar se ele era aquela pessoa que demonstrou no início. O tempo foi passando e ela pouco convivia com ele, mas gostava dele como se passassem horas juntos todos os dias. Mas por um golpe do destino ele foi para longe, e o que já era pouco passou a ser quase nada. E ele começou a demonstrar ser uma pessoa estranha, má, a fazia chorar sempre. Foi então que ela teve uma idéia. Conhecia aquele lugar e sabia o que ele poderia fazer por uma pessoa.
- Mãe, fala um pouquinho de lá pra gente?!
- Lá é um lugar mágico. As pessoas sentam na grama, fazem picknick, correm por entre as árvores.
- Até mães e pais?
- Até filho! Pessoas de todas as idades. Lá não tem isso de “você não tem mais idade pra fazer tal coisa”. Lá as pessoas aprendem a viver melhor, a resgatar a alegria perdida, a ser criança novamente. Porque ser criança é a melhor coisa do mundo. Mas lá você pode ter qualquer idade e ainda assim fazer tudo o que uma criança faz.
- Ai mãe, eu sempre quero voltar lá!
- Então, mas o moço sempre estava ocupado demais para ir para lá com ela, sempre dava uma desculpa. Ela percebia que com o passar do tempo ele piorava, tratava pior as pessoas a sua volta, a fazia chorar mais vezes, mentia para ela e a enganava. Não estava feliz com nada que ele comprava, sempre queria mais e mais.
- Ela foi perdendo alegria de viver, pouco sorria e quando estava com ele procurava alternativas para que ele se alegrasse. Mas como uma maldição, nada o que ela fazia o deixava melhor. Ele se irritava com sua risada, com seu jeito, com suas roupas, com a vida.
- Ela não entendia e a cada dia que passava se esforçava mais para que ele melhorasse. Até o dia que ela parou e percebeu que ela não era o problema. Por onde passava as pessoas se aproximavam dela. Até os animais ficavam contentes ao vê-la. Foi aí que descobriu que o problema era ele. Ele havia virado um homem com o coração de pedra. Uma pessoa que sentia prazer em enganar as outras, se aproveitava das situações, e isso a fazia sofrer muito.
- Mãe, você conheceu ele?
- Não filho, não conheci não. Sei dele pelo que ela conta.
- Que bom mãe! Ele devia ser feio, né?!
- É Enzo, ela dizia que ele era bonito, mas com o tempo e as maldades foi ficando feio.
- Ai mãe, por isso que você é tão linda, você é a mãe mais boa do mundo!
- Não é mais boa, é melhor!
- Tá mãe, pára de corrigir e conta!
-Enzo!
- Desculpinha!
- Um dia, no fim do outono, ela acordou ao seu lado e o viu amargo e rude como sempre e se perguntou o que ela ainda fazia a seu lado. Ela que era só alegria, que amava a vida e tudo o que ela podia proporcionar. Amava o sol, a chuva, o vento, o mar.
Levantou, cansou de todas suas mentiras, enganações, maldades. Cansou de chorar por algo que não mudaria nunca. Cansou de insistir para ele ir ao lugar que ela tanto queria lhe mostrar. Levantou e foi embora. Sem dizer uma palavra. Calada. Nenhuma frase faria sentido. Então virou as costas e foi ser feliz. Deixou-o e foi para o lugar, sozinha mesmo.
- Mãe, pode morar lá?
- Não filho, já disse que não pode. Mas quando as pessoas estão muito tristes e machucadas o dono de lá deixa a pessoa passar férias lá.
- Ah, então quando eu cair e você colocar band-aid e não melhorar eu também vou querer passar férias lá!
- Enzo, não é desse tipo de machucado que eu tô falando. Espero que você nunca se machuque a ponto de precisar passar férias lá.
- Ah mãe, mas por quê?
- Um dia você vai entender filho!
- Então, ela foi passar umas férias lá. Ficou alguns dias e voltou para casa. No caminho, quando estava quase chegando em casa, bateu o carro.
- Mãe, ela se machucou? Dessa parte eu não lembrava!
- Claro, você dormiu seu bobo!
- Bobo é você!
- Meninos! É a última vez que eu peço!
- Tá mãe, desculpa!
- Foi mal mãe!
- Bom, ela não se machucou muito, mas mesmo assim foi para o hospital. Sua cabeça tinha um corte e precisava de curativos.
- Ao chegar no hospital, um moço de branco veio atendê-la. Ela não sabia se ele era médico ou enfermeiro. Mesmo assim ele foi muito gentil com ela. Limpou e tratou de seus machucados. Ela não conseguia tirar os olhos de seus olhos. A fazia lembrar o mar daquele lugar. Foi quando percebeu que não podia mais ficar. Lembrou porque havia voltado e pediu para o moço a liberar. Era aniversário de sua irmã mais velha. O moço disse que não via problemas, ela já havia feito todos os exames e ela estava liberada.
Com um pulo da maca chegou ao chão. Limpou a roupa, colocou a mão no curativo e agradeceu ao moço com um de seus sorrisos. Ele estava Bobo de ver como uma moça machucada que acabara de sair de um acidente estava tão bonita e feliz.
A Moça dos cabelos de trigo saiu da sala e com um passo apertado se foi pelo longo corredor que marcava 2B em uma placa.
- No dia seguinte pela manhã, ao sair do banho, ouviu seu celular tocar. Correu até ele e o atendeu. Do outro lado uma voz familiar, mas ainda assim não conseguiu identificar quem era.
- Bom dia – disse ela – quem fala?
- É a moça que se acidentou ontem?
- Sim, sou eu. Pois não, quem quer falar?
- Eu sou o médico que fez os curativos em você. Estou te ligando para saber se você está bem!
- Nossa, não sabia que os médicos desse hospital eram tão atenciosos! Sim estou bem e o curativo está perfeito. Obrigada!
- Bem fico feliz em saber que fiz meu trabalho bem feito.
- Sim, muito mesmo.
- Sabe, você não está sentindo falta de nada?
- Vai me dizer que eu perdi um de meus parafusos em sua maca?
- Hum, seria bom! Assim eu teria a chance de colocá-los de volta e receber o sorriso mais lindo que já vi até hoje.
- Obrigada! Mas do que eu teria que sentir falta?
- Uma caderneta azul com um burrinho na frente.
- Nossa! Nem percebi! Acho que foi por causa da batida e pela correria.
- Estou com ela e gostaria de lhe devolver.
- Muito obrigada! Como eu faço para pegar? Você pode deixar na recepção do hospital para mim?
- E perder a chance de ver seu sorriso? Jamais!
- Então, não sei! Como fazemos?
- Bom, eu adoro o mar e olhar para ele e tudo mais. E conheço um lugar em que posso olhar para ele e ver o seu sorriso novamente.
- Eu também gosto do mar, mas onde fica esse lugar?
- Deixa eu te levar?
- Ok, você está com um bem meu muito precioso, não estou em condição de negar nada!
- Pela sua ficha já sei onde você mora, pode ser às 21 horas?
- Nossa o trabalho de investigação foi completo! Ok!
- Um bom médico faz o acompanhamento completo de seu paciente!
- Mãe! Ele já conhecia o lugar?
- É filho, parece que sim!
- Que massa mãe! E ele que levou ela lá!
- Foi filho, foi ele. Você viu? Ela querendo levar o moço do coração de pedra lá e o moço que cura a levou.
- Ai mãe, eu quero ser médico. Já queria por causa do papai, mas agora quero mais ainda!
- Rico, o que você quer ser quando crescer?
- Diferente de você! Não agüento mais olhar para você e me ver!
- Rico!
- É brincadeira mãe! Eu adoro ser igual ao Enzo! Dá pra aprontar mais e por a culpa nele! Brincadeirinha mãe!
- Ai, ai! Que bom que vocês gostam, porque eu amo vocês serem assim.
- Sempre foi o meu maior sonho!
- Bom, vou parar a história por aqui, amanhã eu continuo.
- Não mãe! Não!
- Nada de não, já é tarde e amanhã vocês dois têm que acordar cedo para ir à escola.
- Boa noite meus meninos! Amo vocês!
- Também te amamos mãe!
- Enzo!
- Fala Rico.
- Como será que acaba a história?
- Não sei Rico, mas eu sei que vai ter um final feliz, a Moça do cabelo de trigo merece!
- Boa noite, Enzo!
- Boa noite Rico!

sábado, 5 de junho de 2010

Lá Parte I


- Mãe, onde fica aquele lugar que você falou?
- Fica longe filho. Bem longe.
- Mas dá pra chegar de carro ou tem que ir de avião?
- A viagem demora tanto que você só chega se dormir. Tem que fechar os olhos e esperar chegar.
- Mãe, nas férias nós podemos ir até lá. Eu, você, o papai, o Enzo e a Alice?
- Só se você prometer pra mim que nunca vai esquecer que eu te levei lá.
- Tá bom mãe! Eu vou tirar muitas fotos e vou contar pra todo mundo que você me levou lá. Vai ser muito divertido.
- Tenho certeza que você vai gostar.
- Eu já gosto mãe. Adoro quando você fala de lá pra mim. Lá na escola eu contei pros meus amigos e eles disseram que era tudo mentira minha.
- Ah! Por isso você veio me pedir pra te levar lá. Você acha que eu tô mentindo.
- Não mãe, eu sempre acreditei em você. Não acredito nos meninos. Eu sei que lá é de verdade. E como você diz só quem faz coisas boas pode entrar.
- Isso mesmo. E lá quando você faz uma coisa boa o arco-íris aparece. Quando eu fui, ele parecia fazer parte do céu.
- Eu nunca vi um arco-íris.
- Lá tem o tempo todo. E quando chove as gotas caem e você fica todo brilhando. Parecendo um cristal.
- E molha?
- Molha sim filho, mas não faz não frio.
- E tem mar?
- Tem! As ondas são feitas de espuma, você sai todo ensaboado.
- Que legal mãe! E pode levar prancha? Será que o Enzo me empresta a dele.
- Claro filho! E quando você cai forma outra onda pra não deixar você se machucar.
- Queria morar lá. Pode?
- Não filho, não pode não.
- Por que mãe?
- Porque senão você não cresce.
- Mas eu não quero crescer mesmo. Não quero ter que trabalhar que nem o papai. Ele fica o dia todo fora. E também, quando você cresce você morre.
- Quem disse isso filho. Não é só quando cresce que morre, pode morrer em qualquer idade.
- Mas quando cresce morre mais. Mãe, lá as pessoas morrem?
- Não filho, lá ninguém morre. Só aprende a viver melhor e mais.
- E todo mundo conhece lá?
- Todo mundo já conheceu um dia. Mas muitas pessoas esquecem de lá.
- Por que mãe?
- Porque cresceram e vivem atrás de dinheiro e coisas materias e se esquecem dos lugares e das pessoas que amam. E quando vão ver já é tarde e nem se lembram mais de nada.
- Viu mãe, é por isso que eu não quero crescer. Não quero esquecer de lá nem das pessoas que eu amo.
- Não vai filho.
- Mãe, conta a história daquele homem. Conta pra eu nunca esquecer e nunca fazer
igual.
- Conto sim filho, mas amanhã. Já é tarde e você tem que dormir.
- Jura? Jura de coração?
- Juro filho.
- De verdade? Não vai fazer que nem o homem?
- Nunca filho. Nunca.
- Então tá bom. Boa noite mãe!
- Boa noite filho!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Hoje acordei sem lembrar se vivi ou se sonhei...


Hoje sonhei com você. Andávamos de mãos dadas e sorrindo. Muito. Por entre as gôndolas me escondia como costumava fazer. Você me achava. Como sempre. Eu sorria mais. Em uma lousa daquelas do tipo “mágica” me mostrou o que havia desenhado. Eu sorri mais uma vez, e o beijei. Você me abraçou como não fazia há tempo. Velhos tempos. Bons tempos. Foi engraçado porque te senti perto. Mais perto que o comum. Parecia de verdade. Parecia real. E então acordei. Sorrindo. Lembrando dos teus olhos da cor dos meus. Cara de sono. Pele branca.. Dos teus dedos longos. Da tua voz calma. Da tua risada engraçada. Lembrei de você espalmando depois do susto. De você me pegando no colo, me jogando na cama e fazendo cócegas. Lembrei de você querendo pegar no meu pé e eu não deixando. Dos bonecos nos dedos. E tudo mais. Tudo o que me fazia feliz. Do jeito que você insistia em me fazer feliz. Lembrei de um tempo que eu não sabia que iria sentir tantas saudades. Passei o dia sorrindo. A noite caiu e deixei escapar algumas lágrimas. Choveu para esconder as saudades. E vi as gotas se misturarem ao que se passou. Depois secou. Não aqui dentro. Lá fora. Senti um arrepio que me fez lembrar que era maio, quase junho. E não sei mais onde você está. O que faz, nem quem é. Mas sei que sinto falta. E ela dói. Não sempre. Mas hoje. Não sei se amanhã vai. Mas hoje doeu. E quis tudo de volta. Não para sempre, mas por hoje. Tudo o que sei que não vou mais ter.

segunda-feira, 22 de março de 2010

COVARDES!!!


Querido (a) Covarde! Parece que tem uma pessoa que está realmente incomodado (a) com minha postagem. Vc ainda não percebeu que não conseguirá nada com isso seu/sua trouxa! Não entende que você não faz parte do meu mundo e nunca entrará na minha vida? Tenho certeza que você é uma pessoa extremamente carente, mal-amada, solitária e lhe sobra tempo para fazer comentários ridículos. Não deve nem entender o que escrevo. Não sabe sequer a diferença entre HISTÓRIA e ESTÓRIA. Faz o seguinte, no Haiti estão precisando de voluntários para reconstruir o país. Caso não goste da idéia, tem o Chile também. Olha aí, já temos duas opções, quem sugere uma terceira? Ah, pode deixar que quando lançarem um ônibus espacial para a Lua eu faço uma postagem avisando, e pago a passagem. SÓ DE IDA!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Como diz um amigo meu...


A BELEZA DURA QUINZE MINUTOS E UM TÉDIO VISUAL.
Os belos que me desculpem, mas conteúdo é essencial.
Acho que é isso. Se eu estiver errada corrijam-me.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Lá Parte I

- Mãe, onde fica aquele lugar que você falou?
- Fica longe filho. Bem longe.
- Mas dá pra chegar de carro ou tem que ir de avião?
- A viagem demora tanto que você só chega se dormir. Tem que fechar os olhos e esperar chegar.
- Mãe, nas férias nós podemos ir até lá. Eu, você, o papai, o Enzo e a Alice?
- Só se você prometer pra mim que nunca vai esquecer que eu te levei lá.
- Tá bom mãe! Eu vou tirar muitas fotos e vou contar pra todo mundo que você me levou lá. Vai ser muito divertido.
- Tenho certeza que você vai gostar.
- Eu já gosto mãe. Adoro quando você fala de lá pra mim. Lá na escola eu contei pros meus amigos e eles disseram que era tudo mentira minha.
- Ah! Por isso você veio me pedir pra te levar lá. Você acha que eu tô mentindo.
- Não mãe, eu sempre acreditei em você. Não acredito nos meninos. Eu sei que lá é de verdade. E como você diz só quem faz coisas boas pode entrar.
- Isso mesmo. E lá quando você faz uma coisa boa o arco-íris aparece. Quando eu fui, ele parecia fazer parte do céu.
- Eu nunca vi um arco-íris.
- Lá tem o tempo todo. E quando chove as gotas caem e você fica todo brilhando. Parecendo um cristal.
- E molha?
- Molha sim filho, mas não faz não frio.
- E tem mar?
- Tem! As ondas são feitas de espuma, você sai todo ensaboado.
- Que legal mãe! E pode levar prancha? Será que o Enzo me empresta a dele.
- Claro filho! E quando você cai forma outra onda pra não deixar você se machucar.
- Queria morar lá. Pode?
- Não filho, não pode não.
- Por que mãe?
- Porque senão você não cresce.
- Mas eu não quero crescer mesmo. Não quero ter que trabalhar que nem o papai. Ele fica o dia todo fora. E também, quando você cresce você morre.
- Quem disse isso filho. Não é só quando cresce que morre, pode morrer em qualquer idade.
- Mas quando cresce morre mais. Mãe, lá as pessoas morrem?
- Não filho, lá ninguém morre. Só aprende a viver melhor e mais.
- E todo mundo conhece lá?
- Todo mundo já conheceu um dia. Mas muitas pessoas esquecem de lá.
- Por que mãe?
- Porque crescem, vivem atrás de dinheiro e coisas materiais e se esquecem dos lugares e das pessoas que amam. E quando vão ver já é tarde e nem se lembram de mais nada.
- Viu mãe, é por isso que eu não quero crescer. Não quero esquecer de lá nem das pessoas que eu amo.
- Não vai filho.
- Mãe, conta a história daquele homem. Conta pra eu nunca esquecer e nunca fazer
igual a ele!
- Conto sim filho, mas amanhã. Já é tarde e você tem que dormir.
- Jura mãe? Jura de coração?
- Juro filho.
- De verdade? Não vai fazer que nem o homem?
- Nunca filho. Nunca.
- Então tá bom. Boa noite mãe!
- Boa noite filho!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Novo Ano Novo

Alice viu o pôr do sol no ano novo chuvoso;
Colocou uma flor no cabelo;
Deixou no bolso de seu melhor amigo;
Viu pessoas chorar;
Fez alguém derramar lágrimas;
Chorou;
Viu um menino morrer vivo;
Viu outro o consolando;
Fez amigos novos;
Deixou de ligar para uns velhos;
Fez amor em frente a uma igreja;
Entrou na igreja;
Falou com Deus;
Perdoou seus pecados;
Esqueceu de alguém que não merecia ser lembrado;
Percebeu ter perdido muito tempo;
Prometeu nunca mais o fazer;
E viu um sorriso;
Apaixonou-se por ele;
Sentiu o gosto de cevada em outra boca;
Olhou o mar de perto, do alto e de longe;
Sentiu frio na barriga;
E muito calor;
Ficou despenteada;
E vermelha;
Deu risada;
Sorriu;
Novamente;
E mais uma vez;
E agora Alice é só sorrisos;
Podem-se ver as maçãs corar de tanta felicidade;
E os lábios molhados se separarem e darem lugar a alvidez de suas presas;
Os olhos chegam a fechar;
Mas tudo o que ela quer é eles bem abertos;
Para tudo enxergar.

Nada é permanente... Nem mesmo a morte.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Lucky...


Estava um tempo mormacento. Tempo que dava para as crianças brincarem na beira da água. E Alice foi mais para o fundo, pra sentir a liberdade daquele lugar. Deitada em um bote, como se precisasse ser resgatada. Ele veio. Não estava de vermelho como um guarda-vidas, mas parecia querer lhe salvar. Uma lata com um símbolo verde na frente. Um sorriso largo. Óculos escondendo seu olhar. Seu sotaque o denunciava. Simpatizou. Em poucos minutos deu boas risadas. Como ela não fazia há tempos.
Agora o sol caía. Foram horas. Ela nem percebeu. Acho que ele também não. O mar estava calmo. Ouviu Lucky no final da tarde. Na matriz ele estava à sua espera. Uma rosa na mão. Ela desceu. Um pouco tímida. Lhe segurou e foram em direção à multidão. Pés na areia. Fogos no ar. Cogumelos no céu. Dançaram a noite toda. Ela um pouco tonta com todo aquele álcool. Ele sorrindo como se estivesse ouvindo mil piadas. Olhos fumegantes, dizia ele. Ela ria. Ele insistia em vê-la sorrindo. E continuava. A música pára. Ele não. Ela diz que tem que ir. Ele pára de sorrir. O sol já dava as caras. Ela se esconde dele por detrás das lentes. E quando acorda pensa que tudo foi um sonho. Lucky novamente. Não foi sonho. Dr. Mc Dream. Na hora da partida o telefone toca. Ele corre. A balsa parte. Ele acena de longe. Ela ouve um adeus triste. E a promessa de viver novamente um sonho.