sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Lucky...


Estava um tempo mormacento. Tempo que dava para as crianças brincarem na beira da água. E Alice foi mais para o fundo, pra sentir a liberdade daquele lugar. Deitada em um bote, como se precisasse ser resgatada. Ele veio. Não estava de vermelho como um guarda-vidas, mas parecia querer lhe salvar. Uma lata com um símbolo verde na frente. Um sorriso largo. Óculos escondendo seu olhar. Seu sotaque o denunciava. Simpatizou. Em poucos minutos deu boas risadas. Como ela não fazia há tempos.
Agora o sol caía. Foram horas. Ela nem percebeu. Acho que ele também não. O mar estava calmo. Ouviu Lucky no final da tarde. Na matriz ele estava à sua espera. Uma rosa na mão. Ela desceu. Um pouco tímida. Lhe segurou e foram em direção à multidão. Pés na areia. Fogos no ar. Cogumelos no céu. Dançaram a noite toda. Ela um pouco tonta com todo aquele álcool. Ele sorrindo como se estivesse ouvindo mil piadas. Olhos fumegantes, dizia ele. Ela ria. Ele insistia em vê-la sorrindo. E continuava. A música pára. Ele não. Ela diz que tem que ir. Ele pára de sorrir. O sol já dava as caras. Ela se esconde dele por detrás das lentes. E quando acorda pensa que tudo foi um sonho. Lucky novamente. Não foi sonho. Dr. Mc Dream. Na hora da partida o telefone toca. Ele corre. A balsa parte. Ele acena de longe. Ela ouve um adeus triste. E a promessa de viver novamente um sonho.

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