sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tequila e Piña Colada

E depois de uma noite regada à tequila e piña colada Alice acordou. Um pouco tarde como de costume, mas ainda em tempo de tirar aquilo que crescia dentro dela. Decidiu após um sonho arrancar de dentro dela tudo. Mesmo que aquilo custasse uma vida. Ela nem sentiu dor. Adormeceu. E quando acordou novamente o relógio não parecia ter andado. Não deixaria aquilo durar mais nove meses. Quando saiu daquele quarto escuro, tudo parecia mais colorido. Como ela gostava. Então decidiu andar sobre a areia fofa e deixar o vento bater em seu rosto. Sentiu o gosto da água salgada nos lábios. Viu paisagens que nem em sonhos havia imaginado existir. Esteve com pessoas que valiam à pena. Aproveitou cada segundo. Cantou. Pulou. Dançou. Fez amor no chão. Foi acordada por uma voz calma e serena. Não aos berros como a Rainha de Copas costumava fazer. Nem precisou correr atrás do coelho branco para lhe lembrar que era sábado. Dia de ficar com as pessoas que se gosta. Só esperou deitada na rede sentindo um frio gostoso e ouvindo música latina. Era dia dela. E nem precisou ir à igreja para vestir sua armadura. O fez ali mesmo, olhando para o mar que trouxe sua felicidade novamente. E entendeu que o egoísmo não tem cura. Juntou suas mãos e agradeceu. Pediu. Orou. Por tudo o que já havia passado e pelo que viria. Por ter acabado com uma vida que nem havia começado. Por estar viva. Percebeu que bênçãos são bênçãos para quem as deseja. Maldições são maldições para quem as roga.

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