segunda-feira, 8 de setembro de 2008

E eu nem sabia que o azul brilhava tanto...

E eu nem sabia que o azul brilhava tanto. Uma mistura de trevas e sol que nunca havia visto. Antes disso não tinha percebido o quão ofuscante pode ser o tom que dá cor aos céus. Mas pudera, não haveria de ser diferente se o onipotente o habita. O brilho vinha em minha direção, e eu fingia não perceber, para não ter que encarar o anjo nos olhos, para que ele não lesse quantos pecados se passavam em minha mente. Graças! O copo ainda estava pela metade, se ele já tivesse sido descartado não conseguiria disfarçar que minha freqüência estava mais alta do que toda aquela música que nos envolvia. E foi por isso que senti o calor do seu hálito em meus ouvidos, bendita música! Aumentem o som! Mais! Mais um pouco, para que eu possa sentir o calor que há muito tempo não sentia. Mas que calor é esse que faz as extremidades gelarem e os poros expelirem o mais frio dos suores? Dois minutos se passaram, nada foi registrado, as palavras ficaram no local junto com a música, e então meu corpo me levou. Nada me fazia acordar daquele sonho azul, mas uma gota de água tocou minha pele, e foi quando percebi que estava chegando ao fim. Não sabia o que aconteceria nas próximas horas, mas sabia que o anjo iria conhecer todos os meus segredos; os mais íntimos, os mais efêmeros, os mais impuros, os mais verdadeiros. Isso já não me importava, só queria a garantia de não ser punida pelos pecados que cometeria. Então as trevas se foram e andei pelo asfalto como se carregasse quilos de cimento em meus pés. Mas logo senti suas asas tocarem meu corpo e flutuei como se caminhasse sobre a água. Meu tempo havia acabado, sem que eu pudesse perceber o quanto aquele ser divinal havia me acorrentado. Tentei me soltar das amarras de adamantium, mas elas estavam impregnadas em meu sangue.
― Dr. Myron MacLain, preciso da cura, não posso viver como Volverine! A não ser que queira me presentear com o escudo do Capitão América.

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