sábado, 13 de setembro de 2008

Pra não falar de biscoitos...

O sol se pôs e eu já não enxergava o céu tão azul. Todo aquele dourado parecia tomar conta do horizonte, refletindo o ouro que estava guardado em minha alma. Pensava que os céus trariam boas notícias, acreditava que ele nunca me decepcionaria. Ele não o fez. As más vieram do mar. De um lindo e azul oceano que eu tive o prazer de apresentar para ele. Nunca me agradeceu por isso, mas lá estava ele, desfrutando daquelas maravilhas. Das minhas maravilhas. Sem mim. Mas já não havia o que fazer, ele havia escolhido comer os moles biscoitos de maizena deitado na rede de uma espaçosa casa no interior assistindo a vida passar, sem deixar suas marcas nela. Como se ser espectador fosse melhor do que ser coadjuvante quem sabe protagonista. Mas ele ignorava isso. Continuava a mordiscar as bolachas como se fossem crocantes e saborosas. E eu me sentia como farelo.
Nem eram quatro horas da tarde e a lua já estava a postos como se não quisesse perder o espetáculo que aconteceria com o chegar da noite. Como um torcedor do Corinthians na final da Copa Brasil. Que chega ao estádio para assistir a partida com horas de antecedência, para pegar o melhor lugar na arquibancada, para não perder um só lance, para fitar as melhores jogadas. Ao contrário do jogo, o astro não se preparou para ver um duelo, mas sim uma tentativa de tornar os dias menos azuis, as tardes mais prateadas. Não que o prateado combine com dourado, mas havia esgotado todas as minhas tentativas para tornar o céu mais colorido e brilhante. E chego a duvidar se o azul é a cor certa para dar o tom ao paraíso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SOMENTE PARA QUEM TEM CORAGEM DE SE IDENTIFICAR... O MUNDO É CHEIO DE COVARDES!